Perguntas e respostas sobre o EWCF Club Support Program

André Akkari responde perguntas gerais sobre como funciona o programa de incentivo da Esports World Cup Foundation.
Perguntas e respostas sobre o EWCF Club Support Program
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A FURIA e a LOUD foram duas das trinta organizações selecionadas dentre mais de 150 aplicantes para fazer parte do programa de incentivo a clubes da Esports World Cup Foundation. No entanto, o projeto, que inclui várias das principais organizações de esports do mundo todo, levantou algumas questões sobre seu funcionamento por parte do público e da imprensa.

André Akkari, Co-Fundador e Co-CEO da FURIA, respondeu a essas perguntas, tanto sobre como são as dinâmicas do projeto quanto sobre o posicionamento da FURIA em relação a temas sensíveis que são envolvidos no contexto da EWC. Você confere as respostas na íntegra a seguir:

Por que a FURIA se aplicou para fazer parte do programa?

Akkari: A Esports World Cup é um movimento gigante que mexe com todo mercado de esports do planeta. Para nós, é muito importante estarmos conectados com tudo de melhor que está acontecendo e manter o Brasil em um alto patamar competitivo internacionalmente.

Qual o valor que a organização receberá diretamente?

Akkari: O plano de incentivo depende muito mais da performance e engajamento do que em colaborações pontuais. Quanto melhor a organização performar, mais benefício financeiro ela coletará. De toda forma, existiu um pequeno incentivo para as organizações entrarem em jogos em que elas não estavam, o que leva a competição a um nível mais conectado à Copa do Mundo. Mas esses incentivos são muito menores do que os possíveis em premiações. 

De que forma o dinheiro deste programa será utilizado pela organização?

Akkari: Os valores para abrirmos novas lines são investidos exatamente na criação de novos times. No caso da FURIA, foram poucas novas lines. Mesmo assim, precisaremos fazer mais investimentos próprios para que essas lines performem no topo. Discutimos muito sobre em quais jogos deveríamos entrar, e o incentivo vindo da EWC ajudou em algumas das decisões. Fora isso, os incentivos pela performance, caso tenhamos bons desempenhos, podem trazer mais crescimento da FURIA principalmente no competitivo, no conteúdo e em Diversidade, Equidade e Inclusão, áreas nas quais mais investimos todos os anos.

Quais as obrigações da organização como parte do programa?

Akkari: Nosso compromisso é prioritariamente de competição: entrarmos para representar o Brasil e sermos testados no quesito performance contra as melhores organizações do mundo. 

A Esports World Cup e empresas parceiras têm sofrido críticas pelo envolvimento com a Arábia Saudita, um país que historicamente tem posições conflitantes com políticas de diversidade e inclusão. Isso não vai de encontro com os valores da FURIA?

Akkari: Em um primeiro momento, nossa aproximação foi a de aceitar o convite dos organizadores para conhecer o país e as políticas de abertura internacional que estão promovendo. Ao chegarmos lá, nos deparamos com uma cena diferente do estereótipo que nos é apresentado no ocidente. 

Isso não muda o fato de que, no passado da região, vários fatores não estavam em linha com nossos valores e cultura. Porém, vimos uma sociedade em busca por novos pontos de vista. O país vem passando por mudanças em diversos aspectos e eles estão cada vez mais orgulhosos desse processo. Conversamos com muitas pessoas e vimos que estão reinterpretando o passado e buscando adaptações para o presente e futuro. Deu para sentir tudo isso na pele. Essa perspectiva nos animou pela possibilidade de poder de alguma forma impactar nessa caminhada. 

Somos um grupo de pessoas que promovem mudanças, e acreditamos que muita gente por lá precisa dessa conexão conosco, em especial o povo jovem da região. Eles amam a FURIA e, com isso, podemos dividir com eles as nossas linhas de pensamento, tudo com o plano de fundo que temos em comum: o amor por esports, competição, conteúdo e performance. 

Há um potencial muito grande de transformação e ficamos animados por poder fazer parte disso. Acreditamos que não devemos privar os jovens de lá e de todo o planeta dessas conexões.

Esse incentivo não arrisca criar um desbalanceamento no ecossistema brasileiro de esports?

Akkari: Os incentivos que teremos são apenas para a criação de lines que não possuíamos, nada mais que isso. Além desta possibilidade, o complemento pode vir de forma mais impactante dependendo da performance, e isso é exatamente o que a nossa região precisa: pertinência internacional, competir contra os melhores do mundo e gerar legado para que outras organizações surfem cada vez melhor a onda de sucesso dos esports no Brasil. Para cada marca que patrocina uma FURIA, existem várias concorrentes que podem patrocinar diversas outras organizações, e somente assim o Brasil vai competir de forma potente no planeta inteiro.

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