No último domingo, 22/06, ocorreu a edição geek do Red Bull Ladeira Abaixo em São Paulo. A FURIA participou da competição com dois carros: o Presente do Tempo, desenvolvido em parceria com a Cruzeiro do Sul Virtual e o laboratório 2050 e o Dekumóvel, collab com a Crunchyroll. O The Move entrevistou alguns participantes do evento, que comentaram sobre suas experiências na disputa e na construção dos carros.
Foi a oitava corrida de carros sem motor que a Red Bull realizou no Brasil. Pedro Scooby, que participa do evento desde as primeiras edições, comentou sobre a competição: “o Ladeira Abaixo é um sucesso, é um evento que eu amo, estou [presente] desde os primeiros aqui no Brasil. Já foi em Goiânia, em Ribeirão Preto, está aqui em São Paulo, do lado da Paulista, muito maneiro, estou muito feliz por estar aqui vivendo esse momento”.
Cerca de 30 equipes participaram da disputa. O Presente do Tempo, construído em conjunto ao laboratório 2050, parceiro da FURIA desde 2023, foi o primeiro carro da organização a descer a ladeira. Com esta ação, a FURIA e suas parceiras Red Bull e Cruzeiro do Sul Virtual, movimentaram mais de 45 mil reais em dinheiro para o Morro Santo Amaro, no Rio de Janeiro, onde a 2050 está sediado. Foram cerca de 30 pessoas empregadas temporariamente trabalhando no desenvolvimento do carro. Além disso, 6 pessoas receberam bolsas de estudos, de graduação ou pós graduação.
Gean Guilherme, um dos fundadores do 2050, contou sobre como foi receber a proposta para o desenvolvimento do carro: “quando mandaram o email falando desse projeto, foi um pouquinho difícil de entender, mas automaticamente a gente já liga com os ‘zilhões’ de vídeos engraçados que vimos no YouTube. Recebemos o modelo do carrinho, e então foi um desafio para seguir à risca o que foi desenvolvido no 3D”.
Cety Soledad, artista plástico da 2050, comentou sobre como foi o desenvolvimento: “a gente é movido por desafio, colocamos muita energia, queremos representar a nossa origem e a nossa forma de fazer as coisas. Esse carro foi criado a céu aberto, na comunidade, então a comunidade teve toda essa participação. Dos moradores que passavam, uns davam palpites, outros queriam andar no carro, queriam ver o carro descendo, outros davam energia boa, queriam que o carro voltasse pra poder ver. Então teve um pouquinho de cada pessoa.”
“Esse projeto foi legal demais, porque a comunidade esteve presente, e [o carro] veio com essa energia. Ele participou de uma festa junina, depois de um baile funk, e depois de um encontro cultural na mesma noite que ele veio pra cá. E eu acho que a gente conseguiu trazer essa energia nossa, essa força que a gente tem da comunidade. Estmos muito felizes, estou feliz demais de realizar mais esse projeto com a 2050, que estamos nessa luta de propagar a tecnologia, a arte, e foi uma honra poder participar”, completou Cety.
O criador de conteúdo Emmanuel “Manel” Amorim foi quem pilotou o Presente do Tempo, que com certa dificuldade, conseguiu terminar a corrida: “Eu estava me sentindo muito mais seguro de usar o banheiro da escola de porta aberta do que de descer a ladeira. Mas foi uma experiência muito boa. A Red Bull sempre inova quando eles falam em fazer alguma coisa, e é sempre uma aventura diferente. Bati o carro sim, mas eu concluí a prova, beleza? [risos] Eu bati, voltei para a pista e concluí. Então estou muito agradecido, foi uma experiência muito legal. Queria agradecer a FURIA e a Red Bull por terem me convidado, por ter dado essa oportunidade de participar”, disse o influenciador.
O segundo carro, desenvolvido em parceria com a Crunchyroll, teve como inspiração o personagem principal de My Hero Academia, Izuku Midoriya, conhecido como Deku. Para Clown, diretor de arte da FURIA, responsável pela criação artística de ambos os carros, “todo processo criativo requer estudo em algum momento, seja por um tema desconhecido ou já familiar”.
“Nada se resume em apenas execução e nem sempre tomamos as melhores decisões desde o primeiro momento. Afinal de contas, falhar também faz parte do fluxo e aceitar isso é fundamental. Essa estrutura de pensamento foi a que utilizei para materializar minhas ideias sobre My Hero Academia que, apesar de ser um dos animes mais populares do mundo, eu ainda tinha um conhecimento muito vago. Sempre amei quadrinhos e ilustração, mas nunca fui muito próximo de animes, então era hora de arregaçar as mangas e estudar. O processo criativo para a nossa participação começou pouco antes de março desse ano, quando nossa equipe criativa e comercial decidiu que deveríamos abordar dois temas: a nossa atual campanha de Future Is Black e nosso maior hype do momento, a collab com My Hero Academia.”
“Dissecando o anime por aproximadamente uma semana, percebi que Deku tinha mudanças de acordo com sua maturidade e desafios ao longo das temporadas: o macacão verde com suas orelhas chamativas, sua máscara metálica, as bolsas laterais vermelhas do seu cinto e até seus brilhantes olhos verdes no seu estado sombrio. Em prol de homenagear o anime de maneira atemporal, achei que seria bacana ressignificar o personagem em todas as suas fases e evoluções, juntando seus adornos em uma só construção. Após muito pensar em referências visuais, sabia que queria algo extravagante e desengonçado”, completou o diretor de arte.
Clown ainda comentou sobre a performance do carro na pista: “graças à assistência do Rafael Gimenes [Head de Produto da FURIA] com todas as validações de produto e da Ana Luiza [Account Manager da FURIA] no acompanhamento de metalurgia e cenografia, o projeto ganhou vida. E ninguém melhor pra representar essa maluquice do que o Brino e o Mount na direção [criadores de conteúdo]. O carrinho chegou longe? Bom, aí é outra história. Faltou muito para conseguirmos uma colocação no mínimo boa na disputa, mas risadas não faltaram e a diversão foi garantida. Orgulho pelo alcance midiático, pela adaptação do projeto e pela reprodução desafiadora.”
Pode-se dizer que a participação da FURIA no Red Bull Ladeira Abaixo foi, portanto, uma criação conjunta: uma união de forças de diversos setores, de inspirações, referências, e da comunidade, para que ambos os carros tivessem seu brilho e fizessem parte da grande festa que foi o evento na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo. Afinal, como conclui Clown, “nada se cria só”.